sábado, 13 de novembro de 2010

Duas mariolas e um cigarro iolanda.

     "Quando deus fez o homem, quis fazer um vagulino que nunca tinha fome, e que tinha no destino, nunca pegar no batente e viver forgadamente." Foi assim que João Rubinato levou toda sua vida boemia na terra da garoa. É bem verdade que talvez o João ninguém conheça de verdade, afinal nem o próprio se julgava João, mas o imortal Adoniran Barbosa certamente você já cantarolou. 
     O sétimo filho dos italianos Ferdinando e Ema Rubinato nasceu em Valinhos aos 06 de Julho de 1910; entretanto fora sempre paulista nato do Bexiga e do Brás, Joãozinho era menino levado e nunca gostou muito de estudar, e mesmo auxiliado por seu pai Ferdinando a seguir as artes do direito e da medicina, foi nas ruas que o filho do Seu Rubinato decide: quer ser artista. Tenta de várias maneiras, no palco, nos rádios, mas é sempre rejeitado. E é em uma dessas que João ouve de um dono de rádio paulistana, a frase que mudaria sua vida: "Você é bom, mas como João, perdão, não vai dar certo não!" 
     Nasce assim Adoniran Barbosa, o sambista aprendiz das ruas, decide se dedicar integralmente a música no começo da carreira, e vai aos poucos conquistando espaço nas rádios cantando belas interpretações do sambista carioca Noel Rosa. E Adoniran vivia assim assim – interpretando sambas e como ator radiofônico. Mas, o mestre queria mais. E conseguiu.
     Nos anos 40, Adoniran continua lutando por uma vaga gloriosa no mundo dos rádios, e conhece a pessoa mais importante para sua vida artística, o roteirista e amigo Osvaldo Moles. O roteirista enxergando em Adoniran o que outros tantos ainda não viam, dá a Adoniran papéis maravilhosos, como o grande Zé Conversa, e o eterno Charutinho, sucesso absoluto nos rádios de São Paulo, no programa “História das Malocas”. No cinema interpretou “Os cangaceiros” filme de Lima Barreto, que inclusive concorreu ao Festival de Cannes, em Paris.
Casado duas vezes, Adoniran vive duas fases amorosas: a do primeiro casamento que é fruto de sua única filha, Maria Helena, e o segundo, que será finalmente o grande amor de sua vida, Matilde. Fora em uma das apresentações de teatro que o sambista conhece a esposa  que será de onde Adoniran tirará inspirações durante toda sua vida para belos sambas, como “Prova de Carinho” e “Jogue a chave”.
 Os sambas da época exploravam tom elevado das letras, a elevação da arte, a linguagem distante da origem dos menos favorecidos; Adoniran na contramão, brincava com a linguagem do povo – do engraxate, do favelado, “falar como o povo fala: nois fumo, peguemos, despois."     dizia Adoniran. para a eternidade do samba, “Trem das Onze” o “Samba do Italiano” “Saudosa Maloca” são só alguns sucessos dos muito que os  “Demônios da Garoa” eternizaram na história da música brasileira. Adoniran sempre foi um homem muito brincalhão, mas que cumpria o que dizia, demorasse o tempo que fosse demorar. O samba do Arnesto por exemplo, uma promessa ao amigo “Ernesto” que Adoniran insistia em dizer “Seu nome não é Ernesto não, seu nome dá samba, seu nome é Arnesto”.E assim, em 1955, 17 anos depois da conversa no bar, que Ernesto em sua casa ouvindo o rádio ouviu os inesquecíveis versos: "O arnesto nos convidou, prum samba ele mora no Brás..." Ernesto gritou pra sua mulher Alice, "Ô mulher, essa peteca é minha!E não é que o danado do Adoniran fez o samba pra mim?"
     Em 1967, Adoniran recebe uma das piores notícias de sua vida: o suícidio de seu eterno amigo Osvaldo Moles. Este fato deixa o paulistano extremamente abalado, e deixando a música um pouco de lado, Adoniran se dedica a um sonho de infância: a construção de brinquedos; era somente assim que deixava um pouco de lado a tristeza por ter perdido o grande amigo.
     Apesar de continuar ganhando muitos prêmios de importância para a música brasileira do século 20, Adoniran já não tinha mais forças para comemorar e mal saía de casa. Diagnosticado com enfisema pulmonar devido aos cigarros fumados durante toda vida boêmia Adoniran é internado. Aos 18 de abril de 1982, o gênio bem humorado do samba morre aos 72 anos idade nos braços de Matilde. Neste dia, São Paulo chorou com a ida de um pedaço de sua história. Isto é só um resumo da vida e obra deste grande representante do povo, deste homem que ficará pra sempre na memória de todos, por que Adoniran é feito homem que não morre jamais.
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 Há horas que o coração quem comanda a mão que escreve, e a história não exige pensamento, apenas sentimento. Fora assim que construí o texto de um dos brasileiros que mais admiro na música. Não me pergunte por que gosto de Adoniran, por que isso não sei responder. Só sei que esse é mais um dos muitos brasileiros que provam mais uma vez, a ignorância do discurso que fala " BRASIL SÓ TEM LIXO, BRASIL É UM INFERNO, NADA PRESTA NESSE PAÍS, SÓ PRAIA E MULHER GOSTOSA'. Aqueles que assim o dizem, deveriam no mínimo, morrerem atropelados por um ônibus. Mas assim, bem no mínimo. 
 Enfim, fora só um desabafo. Adeus. 





quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O recado de um sehor desesperado.

 Favor encaminhar para Dona Elenice, da casa 11,
                Boa tarde Dona Elenice, tudo bem com você? Bem, estou relatando esse meu problema assim escrito para deixar em papel passado uma situação que eu não agüento mais! Sou o Lauro Hamasaki, da casa 18 e já moro neste condomínio já vai fazer quase 30 anos; por isso, tenho uma relação de muito carinho por todo o condomínio, só que meu caso virou constrangedor aqui dentro. Você sabe que não sou de arrumar confusão e sempre procurei cumprir as regras do condomínio pagando minhas contas em dia e é por isso que eu tenho direito de recorrer a você, síndica de nosso condomínio.
                Você deve ter percebido que, há mais ou menos três meses, a casa 19 recebeu um novo morador, o jovem Helton. No começo, ele se comportou muito bem, e até estranhei um modo tão tranqüilo de agir para alguém dessa idade tão juvenil. E eu estava certo dos meus sentimentos viu? Há mais ou menos um mês o Helton insistia em trazer seus amigos quase sempre e, fazendo a maior barulheira até altas horas mais que o permitido. Aí, eu ignorei, já que meus quatro filhos já moraram comigo e sei o que é ser jovem (Hoje, todos eles crescidos, benção de Deus).
                Fui extremamente paciente até que, há mais ou menos vinte dias, ele decidiu passar de seus limites: passou a trazer à namorada todas as noites e trans-                                                                                           formar a minha vida e de minha esposa uma bagunça! Deus que me livre de dizer isso, mas até para um senhor bem vivido no alto de meus 70 anos de idade é muito vergonhoso contar essas histórias de namorado, para você entender preciso escrever, não é?Pois é. Helton fica a noite inteira ouvindo sertanejo universitário com sua amada ( descobri que é esse o nome )! Estar amando até tudo bem nesta idade, mas esse tipo de música não agüento! Já tentei de tudo Dona Elenice: Remédios, fones de ouvido, dormir ouvindo rock, mas Helton não sabe parar! Para você ter uma idéia dona, já é a terceira iou quarta noite que sonho com este tal de “Meteoro da paixão” me perseguindo onde vou!Isso sem contar nos leilões que meu coração já sofreu e continua sofrendo.
                Por isso, imploro a você, como síndica que tome as providências cabíveis urgentes, ou se não terei de levar o caso a justiça! Um conciliador igual ao do Fantástico resolveria? Estou desesperado. Ficarei no aguardo mais do que imediato.
              De um morador desesperado,
                         L.H.K



Proposta: Imagine-se um morador de um condomínio qualquer que está passando por problemas com seu vizinho. Escreva uma carta para o síndico do condomínio relatando o problema e exigindo alguma atitude. GÊNERO UNICAMP


 Não há mais tempo nem para transcrever para a internet as insignes obrigatoriedades; acredito que umas 5 ou 6 estão prontinhas e com notas entregues apenas esperando o momento de virarem virtuais, mas o tempo é escasso. Enfim, até um dia.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sem piadas por aqui.

Sobre o texto: Vale ressaltar que o texto fora escrito há mais de um mês, na data específica de 5 de agosto, portanto, alguns pontos referenciais são feitos a partir de tal data, portanto, transporte-se ao contexto político de um mês atrás, que é um pouco diferente ao de hoje, visto que, estamos agora, um pouco mais próximos a eleição. Além disso, há 20 dias, os humoristas estão novamente liberados ao trabalho, ainda que de forma um pouco ESCROTA, liberados. Então o texto, novamente faz-se apenas como um ensaio de pensamentos que já não servem mais.  
 Sem piadas por aqui.
Novamente, através de órgão do governo, tenta-se manietar ações das grandes mídias. Tal qual aconteceu no início do mês de Julho quando, o tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicou verdadeiramente como já fora feito em inúmeras outras ocasiões, os atos precedidos na resolução 23.191/09 que visa controlar a cobertura jornalística dos programas de humor; proibi-se, assim, o uso de “montagem que de qualquer forma degradem ou ridicularizem os candidatos, seu partido ou coligação. A decisão fora publicada em Dezembro de 2009 e que todavia, “agrediu” os candidatos somente no último mês de Julho. É de suma importância elucidar que, apenas aqueles que tiveram sua candidatura aprovada para disputa eleitoral podem se valer das decisões.  Políticos já eleitos não são contemplados. Parece contraditório, e é.
Não há de se discutir agora, nem democracia e muito menos a liberdade de expressão, haja visto que são tópicos de origem afetiva e passíveis de muitos pontos de vista, logo, toda contestação acaba se tornando inútil e exaltada. Faz-se aqui neste momento, muito mais importante a retomada de figuras muito importantes  das eleições brasileiras, e que, no entanto, são esquecidas. Sugere-se aqui, uma exposição reflexiva sobre  os cartunistas. Como exemplos, os irmãos Chico e Paulo Caruso que, por vezes, manifestaram sua crítica através da arte, instigando, assim, a população a pensar, refletir, ou gerar debates políticos nas ruas e esquinas do cotidiano.Proibidos de trabalhar?
O humor é uma espécie de pólvora da inteligência das pessoas. E um viés mais curto para enxergar a realidade do mundo que circunda um cidadão que, muitas vezes, sente-se desamparado a frente de tantos problemas obscuros de sua vida; com tantas preocupações pessoais, acaba julgando a política como menos importante, deixando-a de lado, apenas pelo fato de não ter tempo para pensar em algo tão “elitista” e “complexo”, ou pior, em algo que é “só roubo e palhaçada dos mais ricos”.
É claro  que é uma realidade distorcida e tendenciosa dos fatos. Sem duvidas que não há como refutar tal afirmação. Contudo, mesmo com todo tom caricato, não deixa de ser uma realidade. O humor aproxima o público, e concede a ele possibilidade de formar uma opinião, uma vez que evidência a realidade crua dos candidatos; não apenas aquele candidato idealizado das campanhas veiculadas por partidos de falsa ideologia.
Proibir um fato que serve de ferramenta para a sociedade como um todo refletir, filosofar e abrir horizontes, é volver-se a um passados inóspito e truculento, um passado de Ditadura Militar; e de maneira ainda pior: afinal, antigamente, a censura aplicada era declarada, como é a de uma Ditadura. Já atitudes como as do TSE que age em plena “democracia”, são estratégicas, ou, disfarçadas para um mesmo objetivo: proibir a liberdade de expressão. O objetivo é o mesmo, só a “dita” que de tanto “dura”, uma leve maquiagem com o tempo, e a “dita” acabou virando “branda”

Boas noites, boas noites terráqueos. Após o jogado de palavras de hoje, gostaria de ressaltar alguns pontos: Mais que uma surpresa, uma felicidade ver que até que para o tipo de blog que pretendo ter aqui, um baú de ensaios pessoais, tive uma boa receptividade através da divulgação pelas redes sociais da vida aí; é bom ver que tem bastante gente interessada em ler blogs, ainda. Se lhes convir, podem comentar por aqui no blog ao invés de mandar mensagens diretas por twitter, que é pras outras pessoas também se soltarem e comentarem. E lembrem-se: Leiam, apenas quando lhes for conveniente.  E só. Se por ventura não estiver afim, ignore. E só.Sem piadas por aqui. 

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ser para ter, ou ter para...ter?



  Um dos maiores e mais constantes percalços que permeiam a criatura humana provém da dificuldade em se estabelecer uma harmoniosa balança entre o estado de “ter” e “ser”.À prova disso, ao recorrer a história, encontram-se inúmeras teorias perante as posses individuais e a contrariedade do homem segundo a moral de um ser onipresente dito “Deus”; e apenas Deus, uma entidade acima de todas outras possíveis coisas existentes ou não.
   Assim sendo, a noção entre estes dois opostos é frequentemente associada a noção de Felicidade. De acordo com a filosofia clássica, a “eudaimonia”(felicidade), era a razão entre os bens acumulados pelo auto-esforço, e a tranquilidade ligada ao bem estar individual. Ou seja, o “ter” além de já estar atrelado a noção inicial, fazia parte também da definição do que era necessário à época para ser feliz, ou ainda, estar feliz. Nos tempos contemporâneos, devido aos adventos tecnológicos e a sociedade capitalista de cunho liberal, a felicidade defini-se puta a simplesmente pela  vontade de ter o máximo de bens possíveis, apenas pela atitude pífia de possuí-los.
 É fato que, o consumo é algo natural as atitudes do homem e em certo ponto é até saudável a sobrevivência, uma vez que, nutre além do básico, alimenta um pouco do ego. O cume deste consumo porém, dá-se quando deixar de ser consumo para o bem e transforma-se em “consumismo”; ou seja, a sensação do ter é doentia e sem fim,  sendo exercida apenas para ostentação, ou para gerenciar o que é chamado de “status”. A alienação e a angustia que levam a tal fato é dada pela ausência de auto-contato, o sujeito não se conhece mais, e sua única razão lógica, é a razão dos outros a sua volta.  Além disso, a ânsia pelo possuir truculento, do consumo para “inglês ver” é tão exacerbado que abandona-se por exemplo, o uso de expressões “sinto sono” “sinto ciúmes” “sinto amor” e sim, “tenho amor”, “tenho ciúmes” ou “tenho sono”. Ainda assim, esta atitude não é completamente condenável, já que a sociedade tem as regras ditadas a partir das somas individuais e estar atitudes voltam imediatamente como regras a cada ser.
  Logo, o ser humano que é um eterno insatisfeito por excelência, tende ou, “têm-de” a perceber que ultrapassou a linha tênue para o equilíbrio do ter perante o ser. Percebendo aos poucos esta atitude, há de se aproximar de si, e usufruir do ter como parte do ser, elemento componente da ópera humana, e não a batuta guia do maestro. E somente assim, perceber que ser feliz e estar feliz é sim, bem possível. 

Um monologo sem fim para todo mundo e ninguém.Apresentando

Pois então, você caiu aqui, então não irei te enrolar, certo?A ideia é simples e o próprio nome deste sítio já diz: Já que não tenho tempo para escrever com prazer aquilo que gosto, farei da minha obrigação um passatempo: As redações que por lá escrevo, por aqui virarão memórias para mim. Percebi ao longo do tempo, que escrever redação é como escrever um gênero literário conhecido: existe uma maneira muito particular de escreve-la, e não há possibilidade para maiores aprofundamentos, questionamentos ou conclusões sensacionais. Não existem maneiras de inovar, ser sensacional, ou genial. Ou você faz, ou você não faz. Mesmo por que tudo o que você é, vem representado através de algum número de 0 a 10, e tudo o que você pensa, em trinta e cinco linhas.

"REDAÇÃO DE VESTIBULAR" segundo minha concepção, é um gênero cheio de regras e muito “quadrado”; para aqueles que, como eu, gostam de escrever, chega ser um sacrilégio escrever uma coisa tão frívola quanto uma redação. Todavia, é assim que há de ser, afinal, é uma etapa que está sendo necessária.

Se quiseres ler, leia, será de ótimo grado para mim grande felicidade sentirei em saber que você leu(aprovado ou não). Do contrário, não fará diferença também, afinal, é um memorial pessoal. Sem mais delongas, encerro o primeiro post que é apenas uma introdução daquilo que seguirei daqui para frente: Um monólogo sem fim, para todo mundo e ninguém.